CAXIAS, MA – Em menos de 48 horas, o Hospital Infantil Dr. João Viana, em Caxias, Maranhão, foi palco de uma tragédia com a morte de duas crianças, reacendendo o debate sobre a precariedade da saúde pública no município. As vítimas, identificadas apenas pelas iniciais A.C. e A.C., somam-se a um histórico preocupante de mortalidade infantil na cidade, que já ganhou repercussão nacional em outras ocasiões.
A situação no Hospital Infantil Dr. João Viana é descrita como caótica. Apesar de ser uma unidade dedicada ao atendimento pediátrico, fontes indicam que o hospital opera sem nenhum pediatra em seu corpo clínico e conta com uma maioria de médicos recém-formados, o que levanta sérias questões sobre a qualidade e a segurança dos serviços prestados. A estrutura precária e a falta de investimentos da administração municipal são apontadas como fatores agravantes, com a unidade funcionando, segundo relatos, "graças ao comprometimento de seu quadro de profissionais".
O Cenário da Saúde em Caxias: Números e Desafios
A morte das duas crianças expõe uma ferida antiga na saúde de Caxias, que, apesar de receber milhões de reais em repasses federais e estaduais mensalmente, não consegue reverter o quadro de deficiência no atendimento. A cidade é um polo regional, atendendo pacientes de municípios vizinhos como Coelho Neto, Buriti de Inácia Vaz, São João do Soter e Aldeias Altas, o que sobrecarrega ainda mais a já frágil infraestrutura de saúde.
Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, frequentemente apontam desafios significativos na taxa de mortalidade infantil em municípios do Maranhão, incluindo Caxias. Embora os números exatos para o ano corrente não estejam disponíveis publicamente de imediato, a persistência de óbitos de crianças em hospitais públicos do município reflete a urgência de uma intervenção. A disponibilidade de leitos de UTI pediátrica, a escassez de especialistas – como pediatras – e a falta de equipamentos adequados são problemas crônicos que afetam diretamente a capacidade de resposta do sistema de saúde local.
A gestão da saúde em Caxias tem sido alvo de críticas constantes. A população cobra transparência na aplicação dos recursos e ações efetivas que garantam um atendimento digno, especialmente para as crianças. A morte de A.C. e A.C. serve como um doloroso lembrete da necessidade de priorizar a vida e o bem-estar dos cidadãos, investindo de forma consistente em infraestrutura, profissionais qualificados e políticas públicas eficazes.
Deixe seu comentário
Comentários
Nenhum comentário foi encontrado, seja o primeiro a comentar!