Felipe Camarão será o candidato de Lula e Flávio Dino ao governo do Maranhão

A volta da esquerda raiz ao poder

O debate entre esquerda e direita, muito fraco e quase inexistente nas eleições municipais, se torna central nas disputas nacionais e tem grande impacto nas estaduais, e no Maranhão não é diferente. Tudo indica que teremos, mais uma vez, uma disputa entre bolsonaristas e a esquerda aqui no estado.

Com grande atuação do deputado Márcio Jerry, liderança histórica na esquerda maranhense, PT e PCdoB já começam a se movimentar para organizar o campo progressista em torno de um candidato autêntico da esquerda, assim como foi Flávio Dino. Nesse sentido, o nome já foi escolhido pelo próprio Flávio Dino antes de sair da política para ir ao STF: Felipe Camarão.

Já consolidado como maior liderança petista/Lulista no estado, Felipe Camarão tem todas as qualidades políticas e administrativas para disputar o governo do estado com apoio do presidente Lula, do campo progressista e do famigerado “centrão”. Como secretário de Educação fez história, mais de 1000 escolas concluídas, aumentou os índices de qualidade nas escolas, criou programas e projetos de acesso e inclusão…

Esquerda raiz…

Felipe Camarão não é só o candidato do Lula, é também um típico político de esquerda, preocupado com educação, desenvolvimento social e comida na mesa. Mas para quem espera dele uma candidatura “gratiluz” pode se decepcionar, o líder da esquerda maranhense já demonstrou que suas pautas vão além da polarização e focam nos problemas mais graves que afetam o povo maranhense, sem abrir espaço para os ataques da extrema-direita.

Bolsonarismo enfraquecido

A candidatura Bolsonarista ainda está indefinida, nomes como Lahesio Bonfim, Drº Yglésio, Mical Damasceno, e agora, Mariana Carvalho são cogitados para a disputa, no entanto, mesmo a difícil união desse time em torno de uma única candidatura e o apoio de Bolsonaro não oferecem ameaça significativa, vide o resultado da extrema-direita nas eleições de 2024, que não elegeu nenhum expressivo Bolsonarista no estado. Na capital, Bolsonaro amargou uma dura derrota com o deputado Yglesio.

Onde mora o perigo

O centro político, real perigo, que será representado por políticos como Brandão, Fufuca e Iracema Vale, dificilmente irá enfrentar uma campanha abraçada pelo presidente Lula lançando uma candidatura avulsa, pois isso impediria o governador e o ministro Fufuca de contarem com o apoio de Lula ao Senado, preço que grande parte dos políticos do Maranhão não estão disposto a pagar.

Compromisso antigo

Além disso, existe um compromisso do próprio governador Carlos Brandão em apoiar a candidatura de seu vice Felipe Camarão, assim como a candidatura de Brandão em 2022 foi fruto de um acordo com Lula e Flávio Dino, quando Dino era governador e Brandão seu vice. Caso o governador não honre seu compromisso, estaria criando uma situação insustentável com o PT nacional e com o próprio presidente Lula, que já demonstrou sua preferência e não deixou de rasgar elogios a Felipe Camarão nas suas vindas ao Maranhão.

Frente Ampla?

Nesse sentido, ainda é possível imaginar uma grande frente ampla para enterrar de vez os resquícios de influência do Bolsonarismo na política maranhense, mas este cenário só será possível se houver uma guinada nos rumos do atual governador, quem vem dificultando a vida dos seus próprios aliados ligados à esquerda, diferente de Flávio Dino, que respeitou todas as forças políticas no entorno do seu governo, desde PSDB até PCdoB.

Mas isso tudo depende, entre outros fatores, do efeito Lula: quem tem disposição de enfrentar o presidente Lula no Maranhão enquanto busca uma vaga no Senado?