As dezenas de pais e mães de famílias que trabalham diariamente para tirar seu sustento do calçadão da Rua Afonso Cunha podem ficar meses sem trabalhar no local.
Nesta segunda-feira, um dos locais de maior circulação no centro histórico e comercial de Caxias e ponto fervilhante para a economia local, o famoso calçadão da rua Afonso Cunha, amanheceu destruído e sob um verdadeiro lamaçal. Além de destruir uma rua que histórica e que a mais de 60 anos serve como um ponto comum para os grandes lojistas e os pequenos empreendimentos de vários bairros da cidade, a obra está impedindo as dezenas de camelôs que se instalavam no local de trabalhar nesta segunda-feira.
Apesar de não poderem se instalar no calçadão, outro absurdo foi cometido pela gestão municipal, pois de forma insensível, a Guarda Municipal ainda foi acionada para impedir que os camelôs de se instalassem em outros pontos do Centro.
A cena, até então impensável, ocorreu por conta de uma obra que a prefeitura de Caxias iniciou na madrugada do sábado (12) para domingo (13), dia dos pais. Aparentemente, a Secretaria de Infraestrutura de Caxias, comandada pelo sobrinho do prefeito Gentil Neto, não realizou nenhum planejamento estratégico para evitar os imensos prejuízos e transtornos que a obra já vem trazendo para comerciantes e consumidores.
Ainda que prejudique drasticamente os camelôs, que sequer conseguem trabalhar, as grandes lojas no local também irão sofrer com a circulação limitada pelos próximos meses, o que pode acarretar, entre outras coisas, em demissões por falta de arrecadação. Além disso, a renda dos trabalhadores que ganham comissão por vendas também vai ser afetada com a baixa rotatividade de pessoas.
Essa obra, nos moldes que vem sendo feita, pode prejudicar a vida de centenas de trabalhadores e empreendedores, que tiram seu principal sustento daquele local. No entanto, apesar da obra ser justificada pela necessidade, de acordo com alguns os trabalhadores que tem seus empreendimentos no local, a medida é apenas uma forma de empurrar os comerciantes para o Shopping da Gente.
Muitos camelôs tem se negado a ir para o “shopping dos camelôs”. Apesar da obra faraônica, em tese, ser construído para eles, o espaço não tem cumprido seu papel, pois a administração da SINFRA sob o prédio é precária, a locação foi inaugurada sem ter sequer a aprovação do Corpo de Bombeiros. Outro problema é que a maioria dos espaços para serem ocupados estão nos andares superiores, onde a circulação é ainda menor, o que diminuiria radicalmente a venda desses trabalhadores.
Com isso, fica a questão: a má execução da obra de revitalização do calçadão é resultado da incompetência dos nossos gestores ou da tentativa de “obrigar” trabalhadores a se mudarem para o “Shopping da Gente” para forjar o “sucesso” da obra?
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