Os vereadores eleitos em 2022 para Câmara de vereadores de Caxias não têm muitos motivos para estarem felizes ou satisfeitos com o resultado do primeiro ano de mandato do quadriênio 2020-2024. Diferente do que ansiava o eleitorado, o ano de 2021 ficou marcado por confusões e brigas dentro da “Casa do Povo” e pouco trabalho entregue à população.
Brigas
A câmara de vereadores de Caxias foi assunto em vários momentos neste ano de 2021, no entanto o destaque que os vereadores e vereadoras tiveram não foi por desempenhar um bom trabalho, mas sim por causa das polêmicas e discussões durante as sessões. As brigas que normalmente aconteciam entre “oposição x situação” este ano foram protagonizadas pelos próprios vereadores aliados do governo.
Teve vereador dizendo que tinha que pagar para falar com o prefeito, teve vereador expulsando manifestantes da câmara, teve vereador batendo boca e se exaltando por causa das eleições para a mesa diretora, teve vereador atacando o vice-prefeito da cidade, teve vereador brigando feio com procurador do município, teve vereador perseguindo apresentador de TV e etc...
Silencio obediente
Apesar de dizerem repetidamente que são aliados e não subservientes ao prefeito, os vereadores demonstraram total obediência ao prefeito Fabio Gentil nesse ano de 2021.
Já no início do ano se percebia que o prefeito iria manter os vereadores na rédea curta. Como primeiro ato o prefeito articulou a presidência da casa para o próprio primo, o inexperiente vereador Teódolo Aragão, que no seu primeiro mandato já assumiu o principal cargo na câmara de Caxias.
A pressão funcionou. Os vereadores se calaram nos momentos onde a população mais precisou, um bom exemplo foi quando a prefeitura deixou centenas de quilos de merenda escolar estragarem enquanto as crianças precisavam de comida em casa. Nesse caso os vereadores saíram em defesa ao prefeito fazendo o vergonhoso papel de “advogados do diabo” chegando a gravar uma reportagem colocando a culpa do problema da merenda escolar estragada na oposição...
Os vereadores também se calaram quando o prefeito indicou a própria filha como assessora especial, e depois secretária de governo aos 22 anos sem experiencia na política, na gestão ou na administração pública. Também ignoraram o atraso assustador do shopping dos camelôs, ou quando fornecedores e servidores ficaram meses sem receber os devidos pagamentos.
Em todas as oportunidades que tiveram os vereadores decidiram ficar ao lado do prefeito e não ao lado do povo.
Combate a pandemia.
No combate a pandemia, os vereadores foram pouco atuantes e se mantiveram indiferentes diante de aberrações executadas pela prefeitura, como a tentativa de pausar a vacinação por conta de feriados, ou a inutilização dos corredores de desinfecção e das pias espalhadas pela cidade que custaram milhares de reais e hoje se encontram quebradas ou abandonadas pela cidade.
Os efeitos da pandemia como a fome e o desemprego ainda hoje assolam o povo caxiense, mas nem isso sensibilizou os vereadores de Caxias, esses que pouco se empenharam na ajuda aos que mais precisavam. Nesse ano não se viu nenhuma grande articulação coletiva entre os edis para distribuição de cestas básicas.
Gabinete eleitoral do prefeito.
Além de palco de confusões, a câmara também serviu como palanque eleitoral para a candidatura do governo para as eleições de 2022, onde diversas vezes os vereadores deixaram de pautar os problemas da cidade para elogiar e declarar apoio a Amanda Gentil e outros nomes empurrados pelo prefeito.
Perseguição
Aqueles que não abaixaram a cabeça aos vereadores e ousaram fazer críticas ou cobranças aos edis foram abertamente perseguidos, como ficou claro no caso do apresentador Mario Junior da TV Guanaré, que após tecer críticas aos vereadores foi retirado do programa a pedido do próprio presidente da Câmara.
Presidente decorativo.
Em diversos momentos se questionou a capacidade do vereador Teódolo para comandar a casa, em certas ocasiões o vereador demonstrou não passar de um “porta voz” do governo. Talvez, como foi eleito por “pressão” ainda resta ao vereador conquistar o reconhecimento e liderança dos seus pares, que só “obedecem” T.A. por medo das represarias que podem sofrer.
Apesar da obediência ao prefeito, os vereadores não tem tido êxito nos diálogos com o executivo. Mesmo que diversos projetos benéficos ao povo tenham sido aprovados, as propostas dificilmente são sancionadas ou executadas, o que também mostra a fragilidade e a falta de articulação do líder do governo na Câmara com o poder executivo.
Balanço Geral
Em um balanço geral, esse ano de 2021 os vereadores se preocuparam mais em proteger o prefeito, fazer pré-campanha durante as sessões e se digladiarem entre si. O resultado disso foi pouco trabalho entregue e muita mídia feita.
Preço alto, show barato.
O preço que o povo pagou para os vereadores fazerem o seu “show” foi caro. A “super” folha de pagamento da Câmara de Vereadores ultrapassa a marca de meio milhão por mês, isso sem contar os gastos com combustível, aluguéis de carros, diárias, passagens e etc... Isso quer dizer que nesse ano de 2021, o espetáculo dos vereadores custou mais de 6 milhões de reais dos cofres públicos, um preço alto para um show barato...
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